"A repetição nada muda        
no objeto que se repete,        
mas muda alguma coisa         
no espírito que a contempla"                        David Hume.

O presente trabalho pesquisou que função teria o uso da repetição das idéias apresentadas no decorrer das obras musicais, no sentido da apreensibilidade de seus conteúdos e forma. Por pressupor serem o minimalismo e o serialismo estéticas do século XX opostas no que diz respeito à utilização deste elemento, esta dissertação procurou abordar a questão a partir destes limites. Para tal foi feita uma introdução sobre alguns conceitos básicos da Teoria da Informação e suas aplicações.

Além disto foram feitas análises bastante detalhadas de duas obras que se utilizaram da Repetição de modos singulares e com implicações bastante diferentes:  Música para cordas, percussão e celesta  de  Béla Bartók, e Serenata a um vizinho de Fernando Ariani.

A hipótese inicial que gerou este trabalho foi a de que a Repetição é um recurso que foi abandonado pelos compositores que seguiram a ideologia do serialismo. Estes compositores, em geral, associam a qualidade de uma obra musical a um alto nível de informação. A utilização da Repetição pode, então, ser um fator capaz de tornar a música contemporânea, com seu conteúdo complexo, mais apreensível, e de tal forma capaz de aumentar sua possibilidade de fruição estética.